Moisés
o maior profeta e líder levantado por Deus no Antigo Testamento
Moisés nasceu numa época
muito difícil para hebreus. O povo chamado hebreu teve o seu inicio com o final
dos patriarcas. A história bíblica conta que Jacó e sua família no período da
grande fome (Gn 41), que veio sobre todas as nações da Terra, sobem ao Egito
para morar ali onde estava vivendo o seu filho José. Por serem pastores de
ovelhas, ficaram morando na terra de Gosém (Gn 47.3-6). Na época os que
desceram para o Egito da linhagem direta de Jacó foram sessenta e seis almas,
com mais os dois filhos de José, o próprio José e Jacó, foram então um total de
setenta almas que formaria o povo dos hebreus, a nação de Israel.
"Todas as
almas que vieram com Jacó ao Egito, que descenderam dele, fora as mulheres dos
filhos de Jacó, todas foram sessenta e seis almas. E os filhos de José, que lhe
nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó que vieram
ao Egito, foram setenta" (Gn 46.26,27).
Após a morte de toda aquela geração que desceu ao Egito, os filhos
de Israel aumentaram-se se multiplicaram-se muito, e foram fortalecidos
grandemente; de maneira que toda a terra se encheu deles (Êx 1.6-14). Neste
contexto de crescimento e muita opressão, Faraó deu ordem para as parteiras das
hebreias, que quando ajudassem terem os seus recém-nascidos, se fosse menino
era para matar, e se fosse menina poderia deixar viver.
"E o rei
do Egito falou as parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifra, e
o nome da outra, Puá) e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias e as
virdes sobre o assento, se for filho, mate-o; mas, se for filha, então, viva.
As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes
dissera; antes, conservavam os meninos com vida. Então o rei do Egito chamou as
parteiras e disse-lhes: Porque fizeste isto, que guardaste os meninos com vida?
E as parteiras disseram a Faraó: É que as mulheres hebreias não são como as
egípcias; porque são espertas e já têm dado a luz os filhos antes que a
parteira chegue até elas. Portanto Deus fez bem as parteiras. E o povo se
aumentou e se fortaleceu muito. Então, ordenou Faraó a todo o seu povo,
dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas
guardareis com vida". (Êx 1.15-22)
O inimigo de
Deus quando percebe que o seu primeiro ataque deu errado, ele arruma outra
estratégia para tentar frustrar os planos do Senhor para com a vida do ser
humano. A Bíblia não menciona quantos meninos foram mortos no momento do parto
ou afogados, porém o Senhor preservou a vida do menino Moisés desde o ventre da
sua mãe. Deus deu estratégia à sua mãe,
para preservar a sua vida. Quando Deus tem propósito na vida de alguém,
fará de tudo
para que a pessoa aceite, e o seu chamado e seja cumprido na sua vida, a
única pessoa que pode atrapalhar os planos do Senhor, é o próprio homem. Na tribo
de Levi havia uma família que
descenderia um dos maiores liberta-dores e profetas do povo de Israel. A mãe ao
ver que o seu recém-nascido era um menino, escondeu-o por três meses. Betumou uma cesta, preparou com todo cuidado,
esperou o momento certo e colocou o menino dentro da cesta para descer o rio, e
a sua irmã ia à margem cuidando o que aconteceria com ele. A filha de Faraó
estava banhando-se no rio quando viu a cesta em que o menino estava e mandou
que uma de suas criadas apanhasse; tendo uma surpresa tão grande quando viu o
menino. O que foi surpresa para a filha
de Faraó, era o livramento de Deus para vida de Moisés. Importante
ressaltar aqui, é que Moisés teve tudo para ser o futuro Faraó do Egito, mas o
que Deus tinha para ele era uma chamada de maior importância; libertar o seu
povo do domínio de Faraó. Moisés quando era já um homem formado, achou que
podia por sua força livrar os seus irmãos do jugo egípcio (Ex 2.11-14). Durante
quarenta anos Moisés foi sendo instruído em toda a ciência do Egito, mas era os
quarenta anos no deserto que ele aprenderia ser pastor de ovelhas e teria a
sua maior experiência com Deus. Todos que são chamados por Deus, viverão os seus "momentos
no deserto”, onde aprenderão serem dependentes do Senhor, e enquanto viverem e
forem lideres, terão estas experiências como base da sua chamada. É
no deserto, onde a coisa não acontece exatamente como nós queremos, mas é ali
que o propósito de Deus começa moldar a vida. Deus escolhe as coisas que
aparente não são para confundir as que são (1 Co 1.27-28). Se Moisés fosse um
poderoso homem no Egito e libertasse o povo, com certeza o mérito seria dele.
Moisés quando foi chamado por Deus, estava no deserto, e de lá, do meio de uma
sarça ardente (Gn 3.1-5), Deus falou com ele da sua missão. Moisés chegou a
dizer que era pesado de língua, não era eloquente e não teria como falar e convencer
os anciãos do povo e os demais de que ele seria o seu libertador. Conhecia o
idioma dos egípcios, mas o tempo que viveu no deserto numa outra cultura já não
fazia dele o mesmo Moisés de antes, pode ter sido este motivo que levou ele
dizer: Que era pesado de língua. Agora o
que dominava sua vida era “cheiro das ovelhas” e não os perfumes caros
do Egito.
E o SENHOR disse-lhe: Que
é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara. E ele disse: Lança-a na terra. E ele lançou
na terra, e tornou-se em cobra; e Moisés fugia dela. Então, disse o SENHOR a
Moisés: Estende a mão e lhe pega pela cauda (E estendeu a mão e pegou-lhe pela
cauda, e tornou-se em vara na sua mão.); para que creiam que te apareceu o
SENHOR, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de disse-lhe mais o
SENHOR: Isaque e Deus de Jacó. E Mete agora a tua mão no peito. E, tirando-a,
eis que sua mão estava leprosa, branca como a neve. E disse: Torna a meter a
mão no peito. E tornou a meter a mão no peito; depois, tirou-a do peito, e eis
que se tornara como a sua outra carne. E acontecerá que, se eles te não crerem,
nem ouvirem a voz do primeiro sinal, crerão a voz do derradeiro sinal; e, se
acontecer que ainda não creiam a estes dois sinais, nem ouçam a tua voz,
tomarás das águas do rio e as derramarás na terra seca; e as águas que tomarás
do rio tornar-se-ão em sangue sobre a terra seca".
(Êx 4.1-9)
Foi necessário que o
Senhor realizasse alguns sinais envolvendo-o, para que ele cresse que era
possível libertar o povo; este Moisés era bem diferente daquele que tentou
usando a sua força defender os seus irmãos; agora ele era dependente de Deus e
sabia que se Deus não fosse com ele nada seria feito. A missão dele era
conduzir o povo a terra que manava leite e mel (Êx 3.8). Não foi fácil conduzir
o povo até o objetivo, entrar na terra prometida. Enfrentou murmuração, sedição,
contenda, inveja e no final só pode ver a terra de longe. Não teve sequer a oportunidade
de pegar na sua mão um "punhado da terra da sua nova pátria". Quantos desafios tiveram este homem, até ver
comprido à promessa de Deus na sua vida. Foram desafios do início ao fim da sua
chamada, noites sem dormir, fazendo intensas orações pelo povo a ponto de falar
com Deus se a sua presença não fosse com o povo, era para Ele não os fazer
subir dali (Ex 3.15).
O
exemplo que podemos destacar dessa chamada, é que Deus está sempre no controle,
nas mais adversas situações, que surgem na vida daquele que está sendo moldado
por Ele, para exercer liderança na sua casa, entre o seu povo. Contudo não
podemos esquecer que precisamos obedecer sempre à ordem do Senhor; Moisés como
qualquer outro homem também falhou, quando Deus mandou que ele tocasse na
rocha, não foi isso que ele fez, ele feriu a rocha, diante do povo, e por isso
foi reprovado e impedido por Deus (Nm 20.10-13) de entrar na terra prometida.
Infelizmente alguns lideres não consegue viver o clímax da liderança, e antes
que isto aconteça perdem-na sem sequer usufruir dos frutos e as alegrias que a
liderança pode trazer. Estejamos em vigilância, porque tem alguém que não quer
ver o crescimento do servo de Deus, e fará tudo para que nós não vivamos o que
melhor Deus tem para nós.
Deus chama, prepara, e
entrega o líder ao povo para executar a sua vontade.
Continua...
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