Lição 08: A Impureza da Igreja de Corinto: Repreensões e Exortações | EBD – Jovens | 2° Trimestre De 2021
EBD | 2° Trimestre De
2021 | CPAD – Jovens | Tema: O
Cuidado de Deus com o Corpo de Cristo – Lições da Carta do
Apóstolo Paulo aos
Coríntios para os nossos Dias | Lição 08: A Impureza da Igreja
de Corinto: Repreensões e Exortações
OBJETIVOS
COMPREENDER o significado e a necessidade da disciplina
na igreja em Corinto;
MOSTRAR a disciplina como preservação da santidade da
Igreja;
CONSCIENTIZAR o cuidado com a pessoa depois da
disciplina
TEXTO DO DIA
“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que
sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa
páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Co 5 7 )
SÍNTESE
A disciplina no Corpo de Cristo é necessária para a
restauração daqueles que cometem pecados.
Agenda de Leitura
SEGUNDA– 1 Co 5.5 A disciplina eclesiástica é
bíblica
TERÇA – 1 Co 6.12 A disciplina eclesiástica mostra
que nem tudo convém aos santos
QUARTA – 1 Co 6.18 A disciplina eclesiástica ajuda os
que pecaram contra o próprio corpo
QUINTA – Ap 1.5; 21.27 A disciplina eclesiástica
livra de um julgamento ainda maior
SEXTA – 2 Ts 3.15 A disciplina eclesiástica deve ser
feita com amor
SÁBADO – 1 Co 5.12,13 A disciplina eclesiástica é
para os membros do Corpo de Cristo
INTERAÇÃO
Professor(a), a ênfase da aula de hoje é a
disciplina eclesiástica. Ela é bíblica e deve ser usada com firmeza e amor para
que todo o Corpo de Cristo, a Igreja, não venha sofrer as consequências do erro
de algumas pessoas. Sabemos que todos os homens estão sujeitos a cometer erros,
e a disciplina é necessária para a restauração daqueles que cometeram um
pecado. É importante ressaltar que a disciplina precisa ser feita com o
consentimento da igreja e que aqueles que foram disciplinados, não sejam
abandonados. Eles devem ser tratados com firmeza, mas com misericórdia e amor.
Precisamos amar o pecador, mas odiar o pecado e saber que sem santificação,
ninguém jamais verá ao Senhor.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado(a) professor(a), com antecedência escreva
no quadro as duas definições abaixo. Dê início a aula fazendo a seguinte
indagação: “O que é disciplina?” Ouça os alunos e incentive a ação de todos.
Diga que ênfase da aula é a disciplina eclesiástica. Em seguida, apresente e
explico que os dois conceitos segundo o autor Thomas Reginald Hoover.
DISCIPLINA: Treinamento, em especial, da mente e do caráter;
condição de estar bem treinado; ordem mantida entre membros de um grupo;
castigo com finalidade de corrigir.”
DISCIPLINAR: “Produzir uma condição de ordem e
obediência.”
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 5.1-13
1 - Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e
fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da
mulher de seu pai.
2 - Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes,
por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.
3 - Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas
presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal
ato praticou.
4 - Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e
o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo.
5 - Seja entregue a Satanás para destruição da carne,
para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus.
6 - Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um
pouco de fermento faz levedar toda a massa?
7 - Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais
uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa,
foi sacrificado por nós.
8 - Pelo que façamos festa, não com o fermento velho,
nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e
da verdade.
9 -Já por carta vos tenho escrito que não vos
associeis com os que se prostituem;
10 - isso não quer dizer absolutamente com os devassos
deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras;
porque então vos seria necessário sair do mundo.
11 - Mas, agora, escrevi que não vos associeis com
aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou
maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.
12 -Por que que tenho eu em julgar também os que
estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?
13 - Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai,
pois, dentre vós a esse iníquo.
INTRODUÇÃO
No capítulo cinco da Primeira Carta aos Coríntios,
Paulo registra um problema na igreja que era um verdadeiro escândalo de ordem
moral, inconcebível até mesmo no paganismo. Um dos membros da igreja havia se
amasiado (amigado) com sua madrasta. O apóstolo censura duramente a igreja, que
parecia estar indiferente com a situação vexatória. Ele propôs uma ação que não
era, e continua não sendo agradável: a aplicação da disciplina para a
preservação da igreja com o Corpo de Cristo.
I – O SIGNIFICADO E A NECESSIDADE
DE DISCIPLINA
1. Respeito e cuidado com o Corpo de Cristo (vv.
1-3). Paulo
inicia o capítulo falando a respeito de um caso de imoralidade sexual que
estava causando escândalo (vi). Ao que tudo indica, a igreja em Corinto não
estava alheia às práticas imorais da cidade e Paulo se vê obrigado a
repreendê-los severamente, pois havia um caso de fornicação entre um enteado e
sua madrasta, O apóstolo afirma que nem mesmo entre os gentios havia tal
imoralidade sexual, na língua grega porneia. A prática de fornicação com a
madrasta era condenada tanto pelos judeus como também pelos gentios e romanos (Lv 18.8; 20.11; Dt 22.30). Diante desse
quadro, a Palavra de Deus traz um importante instrumento restaurador para a
Igreja: a disciplina eclesiástica. De maneira geral, a disciplina deve ser
aplicada quando outros meios, como por exemplo, o aconselhamento e a orientação
pastoral, não surtirem efeitos. Entretanto, quando o caso revela uma atitude
impenitente do pecador, não há outro remédio senão a exclusão do infrator. A disciplina
não é um ato de vingança, mas uma atitude terapêutica para a cura de um grande
mal que esteja afetando a igreja. Portanto, trata-se de uma atitude de respeito
e cuidado com o Corpo de Cristo. A disciplina é necessária para preservar o
“templo de Deus” (3.16,17).
2. A disciplina é uma decisão que deve ser tomada
em conjunto (v. 4). A
aplicação da disciplina, com exclusão de membros, é uma ação extrema a ser
tomada na Igreja, porém, em muitos casos faz-se necessária. Não é uma das
atitudes mais populares de um líder. No entanto, dependendo do impacto para a
igreja e para a sociedade, a medida não pode ser evitada. O apóstolo Paulo
assevera que essa era uma decisão necessária e que devia ser tomada em conjunto
na igreja local (v.4; Mt 18.15-17).
3. A disciplina é um tratamento para a cura
espiritual (v. 5). A disciplina eclesiástica tem o objetivo
de curar, ajudar e restaurar o irmão, ou a irmã, que cometeu um pecado
escandaloso. Aqui, o apóstolo pode parecer muito severo ao ensinar que os
crentes não podem se associar com os que se prostituem (v.g), mas sua intenção
era a de preservar a igreja e restaurar a pessoa que se envolveu no escândalo.
A expressão “seja entregue a Satanás” tem causado muitas dúvidas em alguns
leitores. Mas, o apóstolo Paulo deixa claro que a disciplina era para a
“destruição da carne” (v.5). Logo, se o faltoso mudasse o rumo e alterasse o
comportamento, seu espírito seria salvo. Assim, fica claro que a intenção do
apóstolo não era descartar o pecador, mas salvar a sua alma.
Pense! A repreensão a princípio não parece ser boa. Mas
ela é necessária.
Ponto Importante: Deus ama os seus filhos, por isso, quando
necessário Ele os repreende.
SEGUE O VÍDEO ADICIONAL DA AULA 👇
II – A DISCIPLINA COMO
PRESERVAÇÃO DA SANTIDADE DA IGREJA
1. A metáfora do fermento velho (vv. 6,7). Para mostrar o quanto era
nociva a atitude displicente e indiferente da igreja para com o caso grave de
fornicação que estava acontecendo, Paulo recorre a uma analogia usando uma
figura de linguagem da tradição dos judeus. Alguns coríntios, em nome da liberdade,
em vez de tratar do caso, orgulhavam-se disso (vv.2,6). Então, o apóstolo usa a
metáfora do fermento, elemento que era proibido na preparação da Páscoa. Essa
metáfora também foi usada por Jesus em Marcos
8.15. O próprio Paulo também fez uso dela em Gálatas 5.9. Aqui, Paulo utiliza a metáfora
para exemplificar que, assim como o fermento na preparação do pão faz crescer
toda a massa, o pecado não tratado se alastra rapidamente na igreja. É
importante ressaltar que Paulo não se refere somente ao caso do pecado de
incesto, mas também ao comportamento dos coríntios em relação ao orgulho e as
facções. O capítulo seis demonstra que o fermento da imoralidade já estava
agindo na igreja.
2. Exortação à pureza cristã (v.8). Da mesma forma que durante
a celebração da Páscoa (celebração da ação libertadora de Deus na saída do
Egito) era lançado fora todo tipo de fermento, assim também a igreja deveria se
purificar, retirando de seu meio todo tipo de pecado. Paulo afirma que eles
deveriam fazer a festa da Páscoa com pães asmos (sem fermento) da sinceridade e
da verdade. A alusão à preparação e participação da Páscoa judaica
fornece uma ilustração para a vida da igreja cristã, Na nova aliança, a
celebração da libertação na Igreja de Cristo se dá no culto da Santa Ceia que,
mais a frente, o apóstolo orientará na Carta. Para uma igreja ser impactante e
transformadora é necessário se apresentar com um comportamento puro, digno e
contrário ao comportamento imoral da sociedade atual. Que seja capaz de atrair
as pessoas de boa vontade para o Evangelho de
Cristo.
3. Paulo já havia advertido por Carta a igreja a
respeito da prostituição (vv 9,11,12b). Paulo cita uma Carta que se perdeu, nela ele
havia já advertido sobre os perigos de se associar às pessoas da igreja que se
prostituíam, pois tal comportamento não poderia ser incentivado e nem tolerado
dentro da Igreja do Senhor. A vida pregressa do “velho homem” deveria ficar no
passado. Como membro Igreja de Cristo, o cristão deve ter uma vida separada,
principalmente, da prostituição; uma prática comum e tolerada na cidade de
Corinto. O apóstolo é severo na sua admoestação, pois ele exorta: “U não vos
associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou
idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador […]” (v.11). Ele ainda
acrescenta que “com o tal nem ainda comais” (v.11).
Pense! Você, como igreja do Senhor, deseja ter uma
vida impactante e transformadora?
Ponto Importante: Somos representantes do Reino de Deus aqui na
Terra, por isso, precisamos ter um comportamento puro, digno e contrário ao
comportamento imoral da sociedade atual.
III – O CUIDADO COM A PESSOA
DEPOIS DA DISCIPLINA
1. O cristão deve amar o pecador e odiar o pecado. O apóstolo Paulo
distingue entre o tratamento da pessoa que vive na prática do pecado dentro da
igreja e a pessoa na mesma condição que está fora dela. No entanto, nas duas
situações a essência é a mesma, pois a orientação bíblica é amar o pecador e
odiar o pecado. Na carta, o apóstolo deixa claro que a complacência com aquele
pecado funcionava como incentivo à continuidade da prática pecaminosa e
contaminaria o ambiente da igreja. Por isso ele exorta alguns coríntios que
eram complacentes com o pecado e ainda ser orgulhavam dessa suposta liberdade
(w.2,6). Todavia, Paulo recomenda um bom relacionamento interpessoal com as
pessoas de fora da igreja. Ele quer evitar que os membros queiram viver
isolados da sociedade, mas isso não significa ter as mesmas práticas, pelo
contrário, devem ser testemunhas do Evangelho de Cristo. Na oração sacerdotal,
Jesus pediu ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”
(Jo 17.15).
2. A disciplina deve ser aplicada em um ambiente de
perdão e graça, A
disciplina eclesiástica deve ser um exercício de misericórdia e amor. Para que
isso seja uma (superação e mudança para melhor), perdão (olhar de misericórdia)
e graça (não é uma moeda de troca) que
permeia as nossas igrejas. Aos tessalonicenses, Paulo orientou que eles
tratassem o faltoso como a um irmão (2
Ts 3.15). Cada membro deve ajudar um ao outro em suas dificuldades,
nunca julgar precipitadamente, pois todos são devedores e dependentes da graça
de Deus. O crente não pode se achar melhor do que o outro por estar em uma
situação espiritual melhor em determinado momento. A igreja tem a
responsabilidade de proteger a reputação dos membros e evitara exposição
desnecessária deles e potenciais fofocas.
3. A disciplina não significa abandono da pessoa
disciplinada. O
processo disciplinar é uma forma de respeito ao Corpo de Cristo e tem como
objetivo contribuir para que a pessoa faltosa alcance o arrependimento. Trata-se de um cuidado
espiritual, um momento de reflexão a respeito dos atos cometidos e o que
precisa melhorar para estar dentro da vontade de Deus. A pessoa disciplinada
não pode ser abandonada e tratada com preconceito. A ela, a igreja deve
oferecer apoio, de preferência por uma equipe capacitada. Se possível, por meio
de um treinamento oficial da igreja,
elaborado e aplicado por instrutores experientes e, acima de tudo,
comprometidos com o Reino de Deus, que comprovadamente demonstre amor pelas
almas. A disciplina é uma forma de confrontar o crente que pecou e mostrar que,
apesar de tudo, a igreja o ama e deseja vê-lo restaurado.
Pense! A disciplina deve ser executada com
amor
Pense! Sem amor a disciplina pode se tornar somente um
castigo.
SUBSÍDIO
“O capítulo 5 de 1 Coríntios começa com uma
revelação chocante acerca do pecado de alguns e da atitude da igreja em geral.
Um dos membros estava tendo relações com a esposa de seu pai (provavelmente sua
madrasta). Até os pagãos condenavam esse tipo de incesto. E a igreja tolerava
esse pecado com o orgulho de sempre. Não pensemos que os cristãos coríntios se
orgulhavam do pecado em si. É possível que tivessem um certo prazer na Tolerância de
exibir o amor de Jesus’, dando as boas-vindas a
qualquer indivíduo que quisesse frequentar os cultos e tornar-se membro da
igreja, fosse qual fosse a moralidade da sua vida pessoal.
Os crentes coríntios se orgulhavam de sua sabedoria
natural, de seus líderes eloquentes e de seus dons espirituais. Estavam tão
‘cheios de si’ que talvez nem tivessem pensado nos efeitos desastrosos do
pecado praticado por um dos seus membros. Paulo diz que todos os membros da
igreja deveriam lamentar a terrível situação” (HOOVER, Thomas Reginald.
Comentário Bíblico de 1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro, CPAD, 1999. p.43).
CONCLUSÃO
A disciplina deve ser aplicada de acordo com amor e
misericórdia. Ela deve ser empregada quando outros meios, com o aconselhamento
e orientação pastoral, não surtirem efeitos. Ela é um meio de preservar o Corpo
de Cristo e a santidade na igreja. O objetivo é a cura espiritual da pessoa que
cometeu o erro e que precisa ser corrigida.
HORA DA REVISÃO
1. Qual o problema moral registrado por Paulo no
capítulo 5? No
capítulo cinco da Primeira Carta aos Coríntios, Paulo registra um problema na
igreja que era um verdadeiro escândalo de ordem moral, inconcebível até mesmo
no paganismo. Um dos membros da igreja havia se amasiado com sua
madrasta.
2. Qual a palavra grega usada para designar
imoralidade sexual? A
palavra porneia.
3. Segundo a lição, quando deve ser aplicada a
disciplina eclesiástica? De maneira geral, a disciplina deve ser aplicada quando outros
meios, como por exemplo, o aconselhamento e a orientação pastoral, não surtirem
efeitos.
4. De acordo com a lição, o que é disciplina? A disciplina não é um ato de
vingança, mas uma atitude terapêutica para a cura de um grande mal que esteja
afetando a igreja.
5. A disciplina deve ser tomada sozinha? Qual o seu propósito? Não.
O objetivo é curar, ajudar e restaurar o irmão, ou a irmã, que cometeu um
pecado escandaloso.
EBD | 2° Trimestre De
2021 | CPAD – Jovens | Tema: O
Cuidado de Deus com o Corpo de Cristo – Lições da Carta do
Apóstolo Paulo aos
Coríntios para os nossos Dias | Lição 08: A Impureza da Igreja de Corinto:
Repreensões e Exortações
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