Lição 11: Paulo responde questões a respeito do Casamento | EBD – Jovens | 2° Trimestre De 2021
EBD | 2° Trimestre De
2021 | CPAD – Jovens | Tema: O
Cuidado de Deus com o Corpo de Cristo – Lições da Carta do
Apóstolo Paulo aos
Coríntios para os nossos Dias | Lição 11: Paulo responde
questões a respeito do Casamento
OBJETIVOS
Conscientizar de que o casamento é bom;
Mostrar a indissolubilidade do casamento
Saber que o casamento não deve ser usado como fuga
TEXTO DO DIA
“Mas, se não pode conter-se, casem-se. Porque é
melhor casar do que abrasar-se” (1
Co 7.9).
SÍNTESE
O casamento deve ser no Senhor, bem planejado e
realizado de forma segura para amenizar as dificuldades de uma vida a dois.
AGENDA DE LEITURA
Segunda – Gn 2.24 Deixar pai e mãe
Terça – Mt 19.6 O homem não deve separar o que Deus uniu
Quarta – Mt
19.9 Jesus fala a respeito das condições do divórcio
Quinta – Mt 19.11-12 Nem todos receberam o dom do celibato
Sexta – Rm 7.1-3 Morto marido, a mulher está livre para
se casar novamente
Sábado – Hb 13.4 Venerado seja o matrimônio
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição de hoje estudaremos as
respostas do apóstolo Paulo acerca do casamento. Os Coríntios tinham muitas
dúvidas quanto ao matrimônio, então Paulo os instruiu acerca do assunto
mostrando que o casamento deve ser no Senhor e que ele é uma dádiva divina.
Deixar pai e mãe e construir uma família um projeto divino (Gn 2.24). Contudo o apóstolo também mostra o valor
daqueles que por amor a Cristo e a sua obra decidem permanecer solteiros.
Casados, viúvos ou solteiros, pertencemos ao Senhor e devemos viver de maneira
que o seu nome seja glorificado em nossas vidas. Sabemos que em breve Jesus
voltará e no céu não haverá marido e esposa, mas vamos formar uma única
família, a família do cordeiro de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado (a) professor(a), reproduza o quadro abaixo
e utilize-o para mostrar aos alunos os conselhos de Paulo a respeito do
casamento.
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 7.1-14
1- Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom
seria que o homem não tocasse em mulher.
2- Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a
sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
3- O marido pague à mulher a devida benevolência, e
da mesma sorte a mulher, ao marido.
4- A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo,
mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o
seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.
5- Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento
mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos
outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.
6- Digo, porém, isso como que por permissão e não
por mandamento.
7- Porque quereria que todos os homens fossem como
eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro
de outra.
8- Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes
é bom se ficarem como eu.
9- Mas, se não podem conter-se, casem- -se. Porque é
melhor casar do que abrasar-se.
10- Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o
Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
11- Se. porém, se apartar, que fique sem casar ou
que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.
12- Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum
irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a
deixe.
13- E se alguma mulher tem marido descrente, e ele
consente em habitar com ela, não o deixe.
14- Porque o marido descrente é santificado
pela mulher, e a mulher descrente é santificada
pelo marido. Doutra sorte, os vossos filhos seriam imundos; mas, agora, são
santos.
INTRODUÇÃO
Os membros da
igreja em Corinto tinham muitas dúvidas a respeito de várias coisas, inclusive
a respeito do casamento e da castidade. Graças ao questionamento deles, nós temos
registrados no Cânon Bíblico várias orientações sobre o assunto. Paulo recomenda
o casamento como um projeto de Deus e algo bom. Entretanto, ele inclui algumas
regras para que o matrimônio seja benéfico para vida espiritual do casal e das
famílias envolvidas.
I – O CASAMENTO É BOM
1 . O relacionamento sexual é para o casamento
heterossexual e monogâmico (v.1). A igreja em Corinto havia se tornado uma das
maiores daquela região e os padrões morais dos novos convertidos eram bem
diferentes do estilo de vida das outras pessoas que moravam na cidade. Por
isso, surgem algumas dúvidas acerca do casamento que precisavam ser
esclarecidas pelo apóstolo, o que ele fazia por meio das cartas. Naquele tempo
surgiram na igreja ensinamentos com tendências gnósticas, que consideravam o
corpo mau e o espírito bom. Tal pensamento provocava dois tipos de
comportamento:
a) Fazer o que bem entender com o próprio corpo,
uma vez que a crença era de que o espírito não seria afetado;
b) Mortificar os desejos do corpo, uma vez que a
crença era de que o corpo era matéria má. Portanto, os dois extremos eram
ruins. Paulo estava respondendo a um questionamento da igreja em relação ao
segundo comportamento: O cristão pode se abster do relacionamento sexual
no casamento?
2. Paulo recomenda o casamento (vv. 2, 6-9). Ele afirma que “bom seria
que o homem não tocasse em mulher”. Ele defende tal ideia, pois a Igreja do
Senhor estava no início e havia urgência na pregação do Evangelho,
o que muitas vezes exigia uma dedicação exclusiva. No entanto, e le pondera de
uma forma mais ampla e complementa a sua resposta: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria
mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”. A promiscuidade em Corinto era
tão intensa que só o fato de uma moça se identificar como moradora da cidade já
seria motivo para considerá-la prostituta.
O apóstolo cita a prostituição na cidade com o
um perigo para os que queriam ficar solteiros e para os casais que estavam se
abstendo do relacionamento sexual. Ele reconhecia que poucas pessoas teriam
disposição necessária para manter inativa sua capacidade sexual. Então, Paulo
recomenda o casamento e o relacionamento sexual dos cônjuges visando à
procriação e o prazer de ambos.
3. A prática da abstinência sexual e do celibato é
para solteiros. Alguns
membros da igreja, incluindo os casados, começaram a utilizar a abstinência sexual
como forma de controle dos desejos sexuais. Isso se tornou um grande problema,
pois não se imagina um casamento em que um dos cônjuges vê o relacionamento
sexual como algo desprezível, enquanto o outro o vê como algo essencial e
necessário.
Paulo responde aos questionamentos afirmando que
tanto o casamento como o celibato eram opções legítimas para o cristão. O
celibato deve ser visto como o dom divino, mas para os que querem permanecer
solteiros ou viúvos. A decisão deveria ser consciente e ter por base a paz e a
obediência a Deus. Quanto aos casados, ele adverte contra os sacrifícios tolos,
que não agregam nada à vida espiritual, baseados em crenças humanas e
contrárias ao Evangelho.
II – A INDISSOLUBILIDADE DO
CASAMENTO
1. O ideal original do casamento (v v .10,11). O ideal é que o casal se
una, constitua uma família e seja feliz para sempre (Gn
2.24; Mt 19.6). Paulo é categórico ao afirmar: “Aos casados, mando”.
Ele apresenta o casamento cristão como um contrato indissolúvel. Nos
Evangelhos, Jesus trata sobre a dissolução do casamento por causa de
prostituição com o uma exceção (Mt 19.3-10). Nosso Senhor abordou o assunto
quando questionado pelos fariseus adeptos das ideias da escola do rabino Hilel,
que defendiam o direito de o marido dar carta de divórcio por qualquer motivo.
Ao ser questionado sobre essa liberalidade, Jesus
afirma que ela surgiu devido à dureza do coração do homem . Era uma forma de
proteção, pois se repudiada pelo marido, a mulher não poderia mais se casar e,
assim, ficaria exposta à miséria e à prostituição. Já aos coríntios, Paulo
falava para um público onde a prostituição era aceita pela maioria.
2. Casamento com descrente antes da conversão
(vv.12-16). A
exceção de Paulo para o divórcio é no caso em que apenas um dos cônjuges se
converte ao cristianismo, o que não era comum entre os judeus e os costumes
greco-romanos, onde se supunha que a família (casa) tivesse religião única. No
entanto, mesmo na exceção existia regra a ser seguida, ou seja, isso seria
possível somente se o casal não conseguisse viver pacificamente sua diversidade
religiosa. Paulo orienta ao cônjuge cristão a preservação do casamento, caso o
cônjuge não cristão concorde com sua decisão por Cristo (vv.12-14).
No sentido inverso do judaísmo,
que defendia que a impureza manchava as coisas puras, o apóstolo defende que o
cônjuge cristão santifica o cônjuge não cristão. Todavia, ele aconselha o
divórcio caso o descrente queira se separar (vv.15,16; 27, 28, 39).
3. O divórcio não faz parte do plano original de
Deus. Os
coríntios precisavam de instruções específicas a respeito do casamento e do
divórcio, pois estavam vivendo em uma sociedade de padrões morais contrários às
Escrituras Sagradas. Jesus deixou bem claro que no plano original de Deus para
a família não havia espaço para o divórcio. Ele mostrou que o divórcio foi
permitido devido à dureza do coração dos homens: “I…] Pela dureza do vosso
coração vos deixou ele escrito esse mandamento […]” (Mc 10.5). Paulo era um
homem de Deus, um apóstolo que conhecia bem os ensinos do Mestre, por isso
advertiu aos coríntios quanto à permanência no casamento afirmando que: “Estás
ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques
mulher” (7.27).
SEGUE O VÍDEO ADICIONAL DA LIÇÃO👇
III – O CASAMENTO NÃO DEVE SER
USADO COMO FUGA
1 . O casamento não pode ser usado como fuga para a
solidão. O
casamento não é garantia de ausência de solidão. Existem casais aparentemente
“bem casados” e que um dos cônjuges ou os dois vivem solitários. Para a
felicidade do casal deve existir boa intimidade emocional entre eles. Os
solteiros e viúvos devem ter isso em mente ao planejar um casamento. Há pessoas
que se sentem solitárias em sua família e criam expectativas de resolver esse
problema com o casamento.
Ela corre o risco de apenas reproduzir o ambiente
de convivência atual. Por isso, durante o namoro e o noivado o crente deve ter
certeza de que a outra pessoa é capaz de ampará-lo em todos os momentos que
precisar. Para um relacionamento permanente é necessário se sentir seguro de
que haverá possibilidades de um bom diálogo nos momentos de maior fragilidade.
A indiferença é o pior dos comportamentos para um casal.
2. O casamento não pode ser usado como fuga da
tentação sexual. Quando Paulo afirma que “por causa da prostituição, cada um tenha a sua
própria mulher, e cada um a tenha o seu próprio marido” (v.2) e diz aos
solteiros e as viúvas “se não podem conter-se, casem -se. Porque é melhor casar
do que abrasar-se” (v.9), ele não diz displicentemente. O casamento não
é uma decisão a ser tomada de qualquer maneira, e a escolha deve ser bem feita
e o momento deve ser bem adequado. Os jovens e os viúvos devem tomar a
decisão pelo casamento somente após ter segurança de que é a melhor decisão a
ser tomada e não por ter dificuldades com a tentação sexual. O casamento é para
ser feliz e fazer o outro feliz. O casamento também não é garantia de plena
satisfação sexual. Por isso, a recomendação de Paulo em 1 Coríntios 7.3-5,
dentre outras. Dependendo da situação, Paulo afirma que é melhor ficar solteiro
celibatário.
3 . O casamento não pode ser usado como fuga das
dificuldades da vida. A vida
tem suas dificuldades, angústias e sofrimentos e varia de pessoa para pessoa
(Jo 16.33). Algumas pessoas vêem no casamento uma oportunidade de fugir de
alguns desses problemas. Todavia, essa não é a melhor forma de entrar em um
casamento. As pesquisas a respeito dos motivos na escolha do cônjuge apontam
dentre as principais motivações a transgeracionalidade, a busca por
similaridades ou por complementaridades. Por transgeracionalidade nos referimos
aos modelos aprendidos na família de origem e no ambiente sociocultural. Por
busca de similaridades, as características pessoais na pessoa escolhida no
sentido de reforçar suas imagens.
Por busca de complementaridade, o que se pretende é
a satisfação completa de sua necessidade, uma projeção no parceiro de
determinados aspectos com deficiência na própria personalidade. De forma geral,
essas motivações não são excludentes e as pessoas priorizam as características
que lhe são mais importantes. Para o cristão, os princípios gerados a partir do
Evangelho devem ser priorizados e ajustados às principais motivações.
SUBSÍDIO 1
“Paulo passa a responder outra pergunta específica
no versículo 25. Tem a ver com o casamento (ou não) de virgens. Paulo diz não
ter recebido mandamento específico do Senhor a respeito dessa questão (v. 25).
Os Evangelhos nada dizem sobre essa situação, e Paulo não recebeu nenhuma
revelação particular do Senhor. Mas ele dá sua opinião, como pessoa digna de
confiança. Ao lermos os versículos 25-40, temos a impressão de que o apóstolo
se opõe ao casamento. Nada mais longe da verdade. Ele simplesmente aconselha o
celibato às jovens coríntias daquela época. Isso
não contradiz o ensino geral das Escrituras a respeito do casamento encontrado
em Gênesis, nas palavras de Jesus e em outros trechos bíblicos: Venerado seja
entre todos o matrimônio’ (Hb 13.4).
O solteiro (ou solteira) não deve se sentir
pressionado a casar simplesmente porque é ‘costume’. Nem precisa sentir-se desprezado,
inferiorizado ou envergonhado. Esse trecho bíblico oferece uma resposta àqueles
que aconselham ‘casamento a todo custo’. O primeiro motivo dado por Paulo em
apoio ao celibato é a existência de uma ‘angustiosa situação’. Qual foi essa
situação? Não sabemos. Mas é verdade que certas crises tornam necessário o
adiamento do casamento ou abandono de planos matrimoniais” (HOOVER, Thomas
Reginald. Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios Rio de Janeiro, CPAD,
1999, p. 60).
SUBSÍDIO 2
“Nos dias de hoje, Satanás está tentando destruir o
casamento, o lar e a família. A promoção do sexo, prostituição,
homossexualismo, divórcio e concubinato são finais desse fato: há em tudo isso
uma fuga de responsabilidade dos participantes. Muitas nações e civilizações do
passado foram destruídas por esses mesmos males. Hoje vemos epidemias de
doenças sexualmente transmissíveis sem cura: as crianças inocentes sofrem mais,
tanto nas doenças que lhe são transmitidas quanto no abandono familiar e na
falta de treinamento moral. Esposas e filhos abandonados lutam para sobreviver
sem recursos jurídicos ou sustento paternal.
O matrimônio implica num compromisso mútuo e
voluntário que dura até a morte dos cônjuges. A família estável e temente a
Deus é a pedra fundamental da comunidade ou não bem-sucedida. Os lares dos
crentes devem ser o modelo da retidão do plano de Deus e a evidência da sua
bênção divina. Paulo escreveu esse segmento da sua Epístola para responder a
certas perguntas específicas, sem o propósito de tratar de forma abrangente o
assunto do matrimônio” (HOOVER, Thomas Reginald. Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro, CPAD,
1999, p. 63).
CONCLUSÃO
Na lição de hoje ficou evidente que o casamento é
bom e abençoado por Deus, e que o celibato é somente para as pessoas que têm o
dom de permanecer neste estado. O princípio original do casamento é pela
adoração até que a morte separa os cônjuges, todavia, devido a dureza do
coração muitos casais não chegam até o final juntos. Por isso o casamento não
pode ser usado para fugir da Solidão, da Tentação sexual ou das dificuldades da
vida, ele deve ser bem planejado e deve ser feito segundo a vontade do Senhor.
HORA DA REVISÃO
1. Qual era a ideia gnóstica a respeito do corpo e
do espírito? R:
A ideia gnóstica considerava o corpo mau, e o espírito bom.
2. Segundo a lição, quais os dois tipos de
comportamento que o pensamento gnóstico produz? R:Tal pensamento provocava dois
tipos de comportamento: a) Fazer o que bem entender com o próprio corpo, uma
vez que a crença era de que o espírito não seria afetado; b) Mortificar os
desejos do corpo, uma vez que a crença era de que o corpo era matéria má.
Portanto, os dois extremos eram ruins.
3. Paulo recomenda o casamento? Utilize uma
referência bíblica para justificar sua resposta. R: Sim, Paulo recomenda
o casamento. 1 Coríntios 7. 2, 6-9.
4. Segundo Paulo, para quem deveria ser a prática
da abstinência sexual? R:Tal prática seria para aqueles que receberam o dom
divino do celibato, os que querem permanecer solteiros ou viúvos.
5. Qual o princípio original do casamento? R: O ideal original
do casamento é que o casal se una, constitua uma família e seja feliz para
sempre (Gn 2.24; Mt 19.6).
EBD | 2° Trimestre De
2021 | CPAD – Jovens | Tema: O
Cuidado de Deus com o Corpo de Cristo – Lições da Carta do
Apóstolo Paulo aos
Coríntios para os nossos Dias | Lição 11: Paulo responde questões a
respeito do Casamento
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