Lição 01: Profetas Menores: Grandes Mensagens em Pequenos Textos | EBD – Jovens | 3º Trimestre De 2021
Objetivos
MOSTRAR a importância dos profetas para o povo de Israel no
Antigo Testamento;
REFLETIR a respeito dos propósitos da profecia bíblica na
comunicação da vontade de Deus ao seu povo;
COMPREENDER a profundidade das mensagens registradas pelos profetas
menores.
TEXTO DO DIA
“Porque a profecia nunca foi produzida
por vontade de homem algum, mas os
homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1.21)
SÍNTESE
Os profetas eram homens piedosos; em
épocas de crise e corrupção generalizadas, eles foram o recurso emergencial de
Deus para despertar o seu povo.
Agenda de leitura
SEGUNDA – 1 Sm 3.1 A palavra do Senhor deve
ser estimada
TERÇA – Os 4.6 A falta de conhecimento conduz o povo à
destruição
QUARTA – Mq 3.8,9 Movido pela força do Espírito o profeta
anunciava o juízo
QUINTA – Pv 29.18 Sem profecia o povo se corrompe
SEXTA – Jr 2.1A profecia era entregue de acordo com a Palavra do
Senhor
SÁBADO – 1 Ts 5.20 Não podemos desprezar as
profecias
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor (a), graças a Deus por mais um
trimestre de estudos da
Palavra de Deus. Em geral, ao iniciarmos um novo trimestre, o nosso ânimo
parece renovar-se, contudo pedimos a Deus que esta disposição e alegria perdurem em seu coração por
todo o trimestre.
Inicie a primeira aula apresentando o tema geral
das Lições Bíblicas de Jovens. Diga que serão estudados os livros dos profetas
menores; homens profundamente piedosos que em época de crise e corrupção
generalizadas, foram o recurso emergencial de Deus para despertar o seu povo.
O comentarista das lições é o pastor Israel Trota.
Ele serve ao Senhor na Assembleia de Deus em Bonsucesso – RJ. É
mestre em Teologia Sistemática-Pastoral
pela PUC-Rio. Também é Capelão da Marinha do Brasil. Que o Todo-Poderoso
utilize cada lição para a edificação de sua vida e de seus alunos.
Orientação Pedagógica
Professor(a), para essa primeira aula sugerimos que
seja feito um esboço geral a respeito da divisão dos livros dos profetas
menores. Reproduza o esquema abaixo no quadro ou tire cópias para os alunos.
Utilize-o na introdução da aula.
Texto bíblico
2 Pedro 1.19-21
19 E temos, mui firme,
a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que
alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em
vosso coração.
20 Sabendo primeiramente
isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21 Porque a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
Grande parte da revelação bíblica do Antigo
Testamento foi entregue ao povo de Deus em forma de profecia
(Hb 1.1) e sem o dom profético, o povo se corrompia (Pv 29.18). Os
profetas possuíam um papel vital na comunicação do plano divino para Israel. Em
sua natureza, a profecia
era vivaz e alarmante. Às vezes, era exemplificada por meio de atos simbólicos
e a finalidade era despertar o povo.
Em uma época em que o cânon bíblico não estava
completo e a revelação de Deus estava em pleno desenvolvimento histórico, os
profetas representavam a voz de Deus na Terra (Mt 5.17,18). Foram os pregadores
da justiça e profetizaram a respeito dos seguintes temas: Justiça social, o
verdadeiro culto ao Senhor, a retribuição divina, a importância da família e
muitos outros temas atuais e fundamentais para nossa edificação. Os profetas
menores apresentaram grandes mensagens em pequenos textos.
I. O MINISTÉRIO PROFÉTICO NO
ANTIGO TESTAMENTO
1. O ofício profético.
No Antigo Testamento, a
palavra hebraica mais empregada para “profeta” é nabi, cujo
significado é “proferir, anunciar uma mensagem”. O profeta era um porta-voz, um
embaixador de Deus entre os homens. Um contraste nítido entre o sacerdote
e o profeta podia ser facilmente identificado: Enquanto o sacerdote era um
representante do povo diante de Deus, o profeta representava Deus diante do
povo, era identificado como “o homem de Deus” (Dt 33.1; 1 Rs 13.1; 2 Rs 4.9).
A voz dos profetas era a voz de Deus. Eles falavam
em nome do Criador, geralmente por meio da célebre frase: “Assim diz o Senhor”.
Deus havia condenado as práticas adivinhatórias cananitas (Dt 18.9-14), mas
permitiu que os profetas fossem consultados (1 Sm 9.9). Por quê? Não se tratava
de uma consulta meramente movida por adivinhação futurística, mas de instrução
prática para uma vida santa. Deus se preocupa conosco e deseja nos orientar
para que vivamos segundo sua vontade, que é sempre boa, perfeita e agradável (Rm 12.2).
2. Quando surgia um profeta?
O cenário da apostasia era um terreno fértil para o
surgimento ministerial de um profeta. Em tempos de injustiça social, corrupção
sacerdotal, impiedade da realeza e paganismo religioso, quando a decadência
moral e espiritual prevalecia, Deus se manifestava entre o povo, vocacionando
seus profetas. No Antigo Testamento é possível percebermos que a religião
judaica se tornou demasiadamente ritualística (Mq 6.6-8). Os profetas
denunciavam a hipocrisia e a religiosidade aparente.
Pregavam um arrependimento sincero, marcado por
demonstrações autênticas de um profundo quebrantamento pessoal (Os 6.1; Jl
2.12,13; Zc 1.3,4). Eles eram o recurso emergencial de Deus. Precisamos ter a
certeza em nossos corações que nas crises da vida jamais seremos abandonados
por Deus. O nosso socorro vem dEle (Sl 121). Ele está constantemente
trabalhando em favor do seu povo, até mesmo quando estamos dormindo, Deus está
agindo (Sl 127.2).
3. A difícil missão do profeta.
Como “um homem entre os homens” poderia carregar
para si a responsabilidade de ser porta-voz de Deus? É por isso que os profetas
relutavam diante desta chamada (Êx 3.11; Is 6.5-8; Jr
1.6). O encargo era demasiadamente pesado, entretanto, a glória da revelação
atraía-os de tal modo que não conseguiam se esquivar deste ministério. Eles
eram homens profundamente piedosos.
A devoção se permutava com a coragem na consecução
do propósito de denunciar, exortar, condenar e consolar suas gerações. Deus, em
sua Onisciência, escolhia os “valentes” certos para combater o bom combate (Am
7.14; Os 12.10; 1 Co 1.27). Os profetas do Antigo Testamento não se calavam
diante das adversidades. Foram perseguidos e sofreram retaliações, mas
continuaram defendendo a verdade de Deus. Não se impressionaram com o poder dos
reis e nem se fascinaram com a riqueza dos homens.
Segue o Vídeo Adicional da Lição👇
II. QUEM ERAM OS PROFETAS
1. Chamados por Deus.
Um ministério profético começava com a experiência
da vocação divina (Am 7.14,15). Não existia “autocandidatura”, mas “candidatura
do alto”. Era Deus quem levantava e escolhia seus profetas (Os 1.1; Jl 1.1; Jn
1.1). Enquanto o homem baseava-se na aparência para fazer suas escolhas,
Deus se valia de questões interiores, não observáveis e não palpáveis (1 Sm 16.7).
Os profetas foram chamados por Deus e inspirados
pelo Espírito Santo para registrarem suas profecias (Zc 7.7; 2 Tm 3.16; 2 Pd
1.19-21). Esse ministério de caráter urgente fazia parte da atuação dinâmica de
Deus entre o seu povo. Enquanto apenas alguns poderiam chegar à realeza e ao
sacerdócio, todos poderiam profetizar independente da profissão, do gênero ou
da idade, se fossem chamados por Deus.
O ministério profético era mais dinâmico que os
demais. A impiedade de vida era o único fator excludente deste ministério. Há
pessoas que desejam ser usadas por Deus, mas não conseguem abrir mão da
impiedade. Para servir a Deus é preciso negar a si mesmo (Lc 9.23,24). A
questão principal não é o quanto queremos ser usados, mas o quanto estamos
dispostos a renunciar. Somente assim, seremos separados por Deus para uma
função especial.
2. Os intérpretes da religião
judaica.
Embora não fossem regulamentados pela Lei, isto não
quer dizer que os profetas fossem contrários à ela, o instrumento judaico
normatizador. Pelo contrário, é possível percebermos que a mensagem
deles possuía um alinhamento profundo com a Torá (Os 14.1,2). Os profetas
atuavam para resgatar os princípios da Aliança de Deus com seu povo,
mandamentos que estavam sendo esquecidos e negligenciados no decurso da
história (Sf 3.3,4; Zc 7.12). Eles conseguiam enxergar a essência da revelação
divina.
Enquanto os homens facilmente se prendiam às
regras, os profetas enxergavam o âmago dos princípios que sustentavam as leis.
No Novo Testamento, Cristo agiu assim. Os profetas foram os intérpretes da
religião judaica. Desenvolveram ideias teológicas com maturidade crescente e
demonstraram percepções profundas pelo poder do Espírito de Deus.
3. Os profetas menores.
São divididos em dois grandes grupos: Profetas pré-exílicos
(Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque e Sofonias) e
profetas pós-exílicos (Ageu, Zacarias e Malaquias). Os profetas que viveram
após a experiência do cativeiro babilônico entregaram suas profecias para Judá,
pois o Reino do Norte já havia sido destruído pelos Assírios em 722 a.C. Os
profetas pré-exílicos são subdivididos entre aqueles que profetizaram para Judá
(Joel, Miqueias, Habacuque e Sofonias), para Israel (Amós e Oseias) e para outras nações (Jonas e Naum:
Assíria; Obadias: Edom).
Os profetas menores profetizaram do oitavo ao
quinto século antes de Cristo. Podemos dizer que eles eram homens piedosos e
corajosos, com profunda visão espiritual e zelo religioso. Eles possuíam uma
posição independente, sem qualquer tipo de relação com os poderes políticos e
religiosos vigentes, em alguns momentos, entravam em rota de colisão com estes
poderes instituídos, denunciando à corrupção, a hipocrisia, a injustiça e o
descaso para com a Lei por parte dos reis e sacerdotes, bem como de toda a
nação. Por causa dessa independência pessoal, falavam com liberdade e
autoridade.
III. A MENSAGEM DOS PROFETAS
MENORES
1. Eles suplementavam o ensino.
Os sacerdotes e os levitas eram os responsáveis
oficiais pela parte do ensino (Lv 10.11; Dt 33.10; Ez 22.26), todavia, essa
função comumente era ignorada pelos seus representantes legais que estavam
demasiadamente ocupados com as tarefas recorrentes e diárias da religiosidade
judaica. É neste contexto que Deus levantou os profetas com o propósito de
suplementar a instrução que tinha sido relaxada pelos sacerdotes. Enquanto o
sacerdote era um professor habitual, os profetas agiam como “pregadores
avivalistas”.
Eles não possuíam “postos” institucionais. Eram
homens de Deus que atuavam paralelamente as lideranças legalizadas. Quando
estas se mostravam mortas espiritualmente, surgiam os profetas, como
verdadeiros defensores da justiça e da santidade. Às vezes, eram reprimidos
pelos sacerdotes (Am 7.10-15), mas os profetas não se abalavam com as
reprimendas, pelo contrário, continuavam resolutos em sua missão.
2. Denunciavam as injustiças e
anunciavam o juízo.
A profecia dos profetas menores foi o instrumento
empregado por Deus para denunciar os absurdos sociais, as irregularidades do
culto e dos tribunais da justiça (Mq 3.8). Questões religiosas e civis faziam
parte da pauta destes profetas. Eles possuíam uma liberdade proporcionada pelo
Espírito, visto que não estavam envolvidos com nenhum tipo de “esquema político
ou religioso”. Por causa disto, falavam com autoridade. Os profetas denunciaram
os magistrados civis e os líderes políticos que tinham pervertido o juízo (Mq
3.1-3), reprovaram a ostentação conseguida à custa da opressão (Am
2.6-8;3.15;4; Os 4.1,2,11-13;6.8), exortaram os líderes religiosos (Sf 3.4, Ml
1.6) e condenaram a prostituição, a soberba e a vaidade (Os 5.4,5,11).
Todas as grandes sanções disciplinares de Deus para
o seu povo foram anunciadas previamente pelos profetas, e Deus concedia a
oportunidade de arrependimento para a remoção do juízo. Foi isto que aconteceu,
por exemplo, com Jonas. Ao profetizar o juízo para a Assíria, foi surpreendido
com o arrependimento súbito e total dos ninivitas. Diante de tal compunção, o
juízo anunciado foi removido. Porém, a geração seguinte se voltou para a
idolatria e para a prática de crueldade, provocando assim, o retorno do juízo,
que logo foi anunciado pelo profeta Naum. Desta vez, a tragédia não seria evitada.
3. Consolavam.
Embora a mensagem dos profetas menores fosse
repleta de juízo, ela também possuía consolo divino (Os 14.5-9; Jl 3.18-21; Am
9.11-15; Ob 1.17-21; Sf 3.19,20). A esperança era o forte sentimento que
consolava a alma israelita. Levar o povo a obedecer respaldado pelo
entendimento e não pressionado pelas ameaças era o maior desafio destes
profetas. O consolo era parte integrante da profecia deles, afinal de contas,
Deus estava sempre buscando o melhor para o seu povo (Os 2.21-23; Jl 2.22; Zc 8.12).
Ainda que a realidade dura e cruel da vida não se encaixasse com as promessas
de Deus, o profeta deveria levar o povo a contemplar o porvir e encontrar paz
na alma diante deste entendimento.
As mensagens dos profetas ecoavam além da
severidade, pois falavam também do amor eterno de Deus por seu povo. O juízo
causava despertamento instantâneo, mas era a compreensão nítida do amor de Deus
que garantia a manutenção deste despertamento. Paulo declarou que o amor de
Deus nos constrange (2 Co 5.14). O amor de Deus nos desafia a agirmos de modo
diferente. Esse amor nos salva e nos transforma (Rm 5.8).
SUBSÍDIO
“Deus falou no passado por profetas (Hb 1.1) e a
mensagem destes ainda tem relevância para os nossos dias, posto que a Bíblia
assevera que ‘toda a Escritura é inspirada por Deus’ (2 Tm 3.16), servindo para
a nossa edificação espiritual, ou seja, ‘para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente instruído para toda a boa obra’ (2 Tm 3.16,17). Porém, é claro
que as profecias e orientações do Antigo Testamento devem ser vistas sempre à
luz de Cristo.
Os apóstolos Mateus e João, e o próprio Jesus,
afirmaram o cumprimento do Antigo Testamento em Cristo (Mt 26.56; Lc 24.47; Jo
1.45). Jesus ressaltou que toda mensagem da Lei e dos Profetas do
Antigo Testamento é cumprida em sua regra áurea, e os apóstolos Tiago e Paulo
frisaram que a mensagem dos profetas do Antigo Testamento é essencialmente a
mesma da Igreja no Novo Testamento.
Paulo sublinhou também que ‘tudo que dantes foi
escrito (no Antigo Testamento) para nosso ensino foi escrito, para que, pela
paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança’ (Rm 15.4). Logo,
entendemos que as mensagens dos profetas do Antigo Testamento são de máxima
importância para a vida espiritual do cristão” (COELHO, Alexandre; DANIEL,
Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro, CPAD, 2012, pp.10,11).
CONCLUSÃO
O profeta convivia com a convicção interna provocada
pelo Espírito ao lado da coerção externa procedente da pressão pública. Em sua
volta havia um contexto de resistência e reprovação, de modo que o simples ato
de entregar uma profecia constituía uma demonstração de compromisso com Deus.
Os profetas menores anunciaram a mensagem divina em tempos difíceis. Eles foram
corajosos e fiéis a missão que receberam. Também devemos ser zelosos e fiéis em
nosso compromisso com Deus.
HORA DA REVISÃO
1. Qual era o fator fundamental que caracterizava a
vida de cada profeta? O
chamado divino. Sem ele, não existia o ministério profético. O profeta
precisava ser comissionado por Deus para exercer sua missão.
2. Conforme a lição, qual era a grande diferença
entre o profeta e o sacerdote? Enquanto o sacerdote era um representante do
povo diante de Deus, o profeta representava Deus diante do povo. O sacerdote
levava as orações do povo a Deus, o profeta trazia a mensagem de Deus ao povo.
3. Se Deus proibiu as práticas adivinhatórias
cananitas, por qual motivo permitiu que os profetas israelitas fossem
consultados? Não
se tratava de uma consulta meramente movida por adivinhação futurística, mas de
instrução prática para a vida.
4. Quando geralmente surgia um profeta? Em períodos de decadência
moral e espiritual do povo de Israel, quando a nação estava sendo subjugada
pela injustiça social, corrupção sacerdotal, impiedade da realeza e paganismo
religioso.
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