as contribuições da Reforma Protestante e qual a
necessidade de uma nova reforma para a igreja hoje
introdução:
A sociedade no período antes da Reforma, era dominada pelo
poder papal, ou por aqueles que pela igreja eram colocados como dominantes
sobre os demais que eram analfabetos e não possuíam terras. Os imperadores eram
colocados nos seus cargos, para atender à vontade do pontífice da igreja. O
período que antecede a Reforma é chamado de Medieval Idade Média ou ainda Idade
das Trevas. Esta era foi conhecida por Idade das Trevas, porque devido a
influência e o poder que a igreja exercia, não permitiram que tivessem uma
expansão maior no que diz respeito, a economia, a cultura, a ciência e a
política. Foram poucos os avanços em todas as áreas, uma vez que não era
interesse do papa, dividir o poder que ele exercia sobre o mundo com uma outra
forma que pudesse tira-lo do foco.
A expressão Idade das Trevas para se referir à Idade Média foi muito
utilizada no passado. Alguns historiadores usaram esta expressão, pois tinham
como referências a cultura greco-romana e da época do Renascimento. De
acordo com estes historiadores, a Idade Média foi uma época com pouco
desenvolvimento cultural, pois a cultura foi controlada pela Igreja Católica.
Afirmavam também que praticamente não ocorreu desenvolvimento científico e
técnico, pois a Igreja impedia estes avanços ao colocar a fé como único caminho
a seguir .[1]
A Idade Média foi um período de conflito religioso. Protestantes e
católicos viam esta era de perspectivas opostas. Os protestantes enxergavam
este tempo como um período de corrupção Católica; eles repudiavam os caminhos
da Igreja Católica com a sua hierarquia e doutrinas papais. Os protestantes se
esforçaram para recriar um Cristianismo puro, desprovido desse comportamento
católico "escuro". Os católicos não viam esta época como sendo
"escura, mas como um período religioso, harmonioso e produtivo. A Idade
das Trevas foi também os anos das vastas conquistas muçulmanas. Juntamente com
outros nômades e guerreiros com cavalos e camelos, os muçulmanos atravessaram o
império caído, causando estragos e semeando heresia intelectual e social em seu
caminho. As conquistas muçulmanas prevaleceram até a época das Cruzadas. Este
antigo conflito entre o Cristianismo e o Islamismo permanece até hoje.[2]
No final da
idade média surgi alguns personagens ilustres que já ouvimos falar os seus
nomes algumas vezes, como:
Rafael Sanzio (1483-1520)
conhecido como o "pintor das madonas";
Ticiano, o mestre da cor, que imprimiu sua marca na escola de Veneza;
Michelangelo, escultor e
pintor conhecido como "o gigante do Renascimento", responsável pelos
monumentais afrescos da Capela Sistina. São também dele as esculturas de
"Davi", "Moisés" e a "Pietá".
Na literatura,
sistematizou-se o uso da língua italiana através de Francesco Guiciardini,
Torquato Tasso, Ariosto e principalmente com Nicolau Maquiavel, com sua
obra "O Príncipe".[3]
i – as
contribuições da reforma
A Reforma contribui,
estabelecendo um novo momento na sociedade como um todo. Entretanto no nosso
caso a importância da Reforma está na volta da Igreja as suas bases fundamentais
que sempre nortearam a fé do povo de Deus.
1.1 para
a sociedade
A
sociedade após a reforma passou por uma
grande transformação, ouve vários avanços num todo, todas as camadas da
sociedade experimentaram os efeitos positivos ou não da reforma, vai depender do
ponto de vista de cada um. Os efeitos positivos estavam ligados as conquistas
que o povo leigo passaria a ter como por exemplo, acesso ao aprendizado, etc.
Os nobres e alguns que já exerciam algum poder político, aproveitaram a reforma
para sair também debaixo do poder papal; a perda maior foi para a Igreja
Católica e o papa Leão X[4].
“Nenhum aspecto da vida humana ficou intacto, pois abrangeu
transformações políticas, econômicas, religiosas, morais, filosóficas,
literárias e nas instituições. Foi, de fato, uma revolta e uma reconstrução do
norte” afirma o escritor Eby Frederick.
Martinho Lutero também estimula a criação de escolas para toda a
população. Houve forte ênfase ao ensino para suprir as demandas da recém
chegada sociedade moderna, com dimensões geográficas, políticas, econômicas intelectuais
e religiosas em transformação.
A contribuição da Reforma no contexto educacional é tamanha que, de acordo com o educador espanhol Lorenzo Luzuriaga, a educação pública teve origem nesta época. O movimento já estimulava a educação pública, universal e gratuita, para quem não poderia custeá-la.
A contribuição da Reforma no contexto educacional é tamanha que, de acordo com o educador espanhol Lorenzo Luzuriaga, a educação pública teve origem nesta época. O movimento já estimulava a educação pública, universal e gratuita, para quem não poderia custeá-la.
Universidades - As
mudanças e ênfases da Reforma estimularam o surgimento das instituições de
ensino. “A história das universidades nos estados alemães durante os séculos 16
e 17 foi determinada pelo progresso da religião e é quase idêntica a do
desenvolvimento da teologia protestante”, declara Paul Monroe no livro História
da Educação[5].
1.2 para
a igreja
Como vimos na
introdução, o poder pertencia a igreja e o seu pontífice, com isto a grande
maioria do povo vivia abandonado pela igreja e alguns casos eram oprimidos pela
liderança da igreja. A Igreja havia se desviado do seu princípio de servir ao
Senhor Jesus e o pior de tudo, havia deixado a ortodoxia bíblica e formulado
doutrinas contrarias a palavra de Deus, como vemos no gráfico a seguir.Segue o link do gráfico
Este gráfico acima retrata o
período em que a Igreja Católica esteve desviada do princípio bíblico,
culminando com as 95 teses que Martinho Lutero fixou na porta da igreja do
Castelo de Wittenberg, na Alemanha 31 de outubro de 2017. Com a Reforma
Protestante, a igreja da reforma retornou à Cristo e aos ensinamentos bíblicos enquanto
a Igreja Católica continuou propagando as suas heresias. As contribuições para
igreja podem ser vistas nas cincos solas da Declaração de Cambridge:
1.2.1 SOLA SCRIPTURA – Somente a Escritura
Como vimos nas vendas das indulgências,
a salvação estava garantida com estes documentos àqueles podiam compra-las,
entretanto Martinho Lutero vai trazer de novo a importância de colocar a Bíblia
no lugar em que ela nunca deveria ter saído. Somente a Escritura, ela é inerrante
e infalível palavra de Deus, e única regra de fé é pratica que deve ser aceita
e vivida pela igreja (IITm 3.16).
Sola Scriptura – Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina
escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o
que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo
comportamento cristão deve ser avaliado.
Negamos que qualquer credo,
concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o
Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto
na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.
1.2.2 SOLUS CHRISTUS – Somente Cristo
A igreja tinha a identidade
do papa, porém, havia perdido a identidade de Cristo, o seu verdadeiro
fundador. Os valores e os marcos do Calvário, foram trocados pela beleza das igrejas
e dos castelos e mosteiros. A igreja havia perdido os valores absolutos que são
encontrados e centrados somente em Cristo (At. 4.9-12).
Solus Christus – Reafirmamos que nossa
salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua
vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação
e reconciliação com o Pai.
Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se
a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e
sua obra não estiver sendo invocada.
1.2.3 SOLA GRATIA – Somente a Graça
A igreja estava
condicionando a salvação a compra de indulgências, e esforços humanos para a
confirmação da salvação. Martinho Lutero vai trazer em suas 95 teses que a
salvação não depende do papa que vende ou de quem compra, mais pela graça, que
é um dom Deus (Ef. 2.8-9).
Sola Gratia – Reafirmamos que na salvação somos
resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do
Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao
pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em
qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por
si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa
natureza não-regenerada.
1.2.4 SOLA FIDE – Somente a Fé
A justificação é pela graça
por meio da fé (Rm 5.1). Lutero vai compreender esta verdade lendo a epistola
de Paulo aos Romanos, “mas o justo viverá pela fé” (Rm 1.17; Hb.10.38).
Sola Fide – Reafirmamos que a
justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por
causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o
único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
Negamos
que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou
com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que
reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.
1.2.5 SOLI DEO GLÓRIA – Somente Deus a Glória
Quando vemos a coragem de
Martinho Lutero, em fazer as suas 95 teses, entendemos que não foi algo do
homem natural, mas de alguém que estava pronto a se comprometer com o Reino de
Deus. Num período como disse num dos tópicos acima em
que os valores estavam
corrompidos. Para levantar-se contra a igreja dominante
precisava ter certeza do que de fato estava desejando fazer. Quando o Papa,
começou, vender as indulgencias tinha como finalidade a construção da Basílica
de São Pedro. Esta imponente obra iria representar toda a glória da igreja e a sua
própria glória e seu poderio diante de todas as demais religiões. Martinho
Lutero vai trazer aos líderes da igreja que somente Deus é digno de toda glória
e adoração (Is.42.8).
Soli Deo Gloria – Reafirmamos que, como a salvação
é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos
glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus,
sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
Negamos que possamos
apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com
entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação,
ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização
se tornem opções alternativas ao evangelho[6].
2 – Qual a necessidade de uma nova reforma hoje
A Igreja contemporânea, enfrenta
problemas semelhantes aos que precederam a Reforma. Hoje não é uma igreja que
detém o poder, entretanto, são várias lideranças (denominações), que tem
surgido e não prega e nem vive o Evangelho segundo o modelo bíblico. Vemos
então que:
2.1 A glória não tem sido somente para Deus
Hoje a liderança precisa
reconhecer que a glória é do Senhor, e consequentemente Ele não divide com
ninguém. Não pode ser por exemplo a arca maior do que Aquele que a criou, a
glória do templo, maior do que a glória do Deus que sustenta todas a s coisas.
Sendo assim a igreja precisa voltar ao princípio da adoração.
2.2 A Escritura está sendo colocada à parte
Infelizmente hoje há certos
líderes, pseudos teólogos, pastores, que já não dão à palavra do Senhor o peso,
o valor que ela tem por ser a palavra Deus, por isso tem surgido muita
aberração em algumas denominações.
2.3 Cristo não tem sido o fundamento basilar da igreja
A palavra que Cristo falou para
Pedro que foi registrada pelo Evangelista Mateus, parece que já perdeu a sua
essência. A mensagem do Calvário, tem sido trocada por histórias, por falsos
testemunhos. A Pedra que os edificadores (At. 4.8-12) rejeitaram na época em
que a igreja foi estabelecida, tem sida também hoje. Nos púlpitos falam-se de
tudo e esquecem do principal a mensagem de Cristo.
2.4 A fé tem servido como moeda de troca
A fé tem sofrido grandes ataques,
quando não é por conta da mídia, é por conta dos falsos pastores e líderes que
estão fazendo da fé das pessoas necessitadas um sórdido comercio, capaz de
trazer estragos a milhares de vidas e suas famílias. Hoje não vemos vendas
indulgencias, mas tem muita igreja vendendo tudo que possa levar “saquear os
bolsos” dos fiéis. Para meditar 2 Pedro capitulo 2.
2.5 A graça está sendo corrompida em detrimento das obras
Por fim, a graça cada dia mais
tem sido removida, para dar lugar ou satisfazer o ego de alguém. Através dos
dízimos que devolve ao templo, as ofertas colocadas nas salvas, uma ajuda aqui
outra ali, tem levado muitos à pensarem que por isso, já estão com a sua
salvação garantida. Não! É um erro pensar desse jeito. Sendo assim há uma
necessidade sim de algo seja feito.
Conclusão:
Concluo afirmando que a Reforma Protestante
trouxe sim importantes mudanças na sua época e que algumas podem ser vistas
ainda hoje. Quanto a se há necessidade de uma nova Reforma, posso dizer que
diante de tudo que está acontecendo no meio do povo de Deus, o modo como muitos
líderes estão conduzindo suas igrejas, pensando somente nesta vida, é sim
fundamental que aconteça algo com a igreja que traga de novo a sua origem.
[1] https://www.suapesquisa.com/idademedia/idade_das_trevas.htm
[3]
https://www.todamateria.com.br/renascimento-cultural/
[4] Papa Leão
X - 217º Papa. Nome de nascimento: Giovanni di Lorenzo de' Medici.Nascimento:
Florença,Itália - 11 de dezembro de 1478 - Eleição: 19 de Março de 1513 – Fim
do pontificado: 1 de dezembro de 1521 (8 anos) – Morte: 1 de dezembro
de 1521 (45 anos)
[5] http://portal.metodista.br/fateo/noticias/a-reforma-protestante-e-sua-contribuicao-para-a-educacao-moderna
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